As mudanças climáticas impõem desafios significativos à agricultura causando danos inegáveis que suprimem a produtividade. Os principais eventos e de maior impacto são as mudanças repentinas nos padrões de temperatura, as secas prolongadas e as inundações que acontecem de forma acentuada dependendo da região do país. Os prejuízos causados afetam as lavouras desde o plantio até a colheita, o que geram impactos econômicos substanciais para os agricultores.
No cenário atual, em ano de El Ninho, os bioinsumos emergem como uma solução promissora, oferecendo uma alternativa inovadora e sustentável para enfrentar as adversidades climáticas e mitigar os impactos econômicos associados.
Os bioinsumos são produtos derivados de organismos vivos, como, bactérias, fungos, microalgas e extratos vegetais, que desempenham um papel fundamental na sanidade e estruturação dos solos e das plantas. Atuam diretamente como aliados naturais na proteção das culturas contra estresse ambiental, pragas e doenças, sendo uma ferramenta alternativa, que auxilia o manejo de químicos, reestruturando o equilíbrio do sistema afim de garantir que o manejo seja cada vez mais eficiente e sustentável.
Estratégias de Adaptação promovida pelos Bioinsumos
A indução de resistência das culturas é uma estratégia de adaptação que pode ser promovida pelos microrganismos benéficos. Um exemplo de relação simbiótica com as plantas é observado no uso de Priestia aryabhattai, bactéria promotora de crescimento (BPC) que coloniza o sistema radicular, formando um biofilme nas raízes em situação de estresse abiótico, o que gera a produção de substâncias conhecidas como exopolissacarídeos que hidratam o sistema radicular além de promover seu maior desenvolvimento.
Com raízes mais hidratadas e profundas as plantas suportam estresse hídrico com mais eficiência, além de melhorar a absorção de nutrientes e fortalecê-las. O resultado do uso de Priestia aryabhattai e de outros microrganismos benéficos no manejo, são lavouras mais saudáveis e produtivas, mesmo sob condições adversas.
Além do manejo de solo, os agentes biológicos de controle de pragas ajudam a manter o equilíbrio nos ecossistemas agrícolas, dos insetos que causam prejuízos e dos danos econômicos às lavouras. O controle é feito de forma natural, com microrganismos entomopatogênicos e alvos bem definidos, que auxiliam a manter as populações de insetos praga nos índices aceitáveis sem prejudicar a fauna local devido a seletividade. O uso pode ser feito em consórcio ou intercalados às aplicações de inseticidas químicos. Essa abordagem não apenas protege o meio ambiente, mas também diminui os custos associados à compra e aplicação dos produtos durante o ciclo produtivo.
Perspectivas Futuras e Compromisso Sustentável
Os bioinsumos surgem como uma resposta eficaz no presente para a garantia da colheita de bons resultados no futuro, pois além de ser uma alternativa economicamente viável, auxilia na reestruturação da microbiota do solo, garantindo maior resistência à planta para suportar as adversidades climáticas que, com o passar do tempo, se tornam cada vez mais imprevistas e prejudiciais às lavouras.
Os insumos biológicos não apenas driblam os efeitos climáticos adversos, mas também pavimentam o caminho para um futuro agrícola mais resiliente do ponto de vista agronômico, econômico e ambientalmente sustentável.
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